No próximo domingo (21), o futebol brasileiro estará repleto de clássicos graças às decisões dos campeonatos estaduais, como é o caso do Paulistão, que terá o clássico Majestoso – nome dado ao conflito entre São Paulo e Corinthians.
No último domingo (14), os dois gigantes da capital Paulista se enfrentaram no Morumbi e o jogo terminou num 0x0, o que adiou a decisão para a Arena Corinthians e acalentou os nervos dos torcedores, tornando ainda mais comum encontrar pessoas usando, casualmente, camisas do seu time do coração.

Por muitos, a camisa de time é considerada um item sem qualquer senso de estilo, mas é exatamente o contrário: carrega uma identidade histórica, repleta de paixão, simbologia e toda a tradição do clube. “Usando a camisa do meu clube do coração me sinto parte de algo maior, me sinto parte da história do São Paulo. Quando coloco o manto tricolor pra assistir a um jogo, me sinto entrando em campo junto com os 11 jogadores”, diz Eduardo Lira, São Paulino de 18 anos.

Todo uniforme carrega um significado por trás: o branco e preto do Corinthians na realidade é um “plano B”, o primeiro manto do time foi bege com faixas pretas, mas posteriormente, perceberam que o bege desbotava rapidamente e os torcedores não tinham dinheiro para comprar novas trocas. Por isso, o clube adotou o branco, de onde vem o alvinegro.
Já o São Paulo, ao contrário do que muito se pensa, não adotou o preto, branco e vermelho da bandeira do estado, mas sim, como forma de homenagem aos clubes que ajudaram a fundar o time: Clube Atlético Paulistano e Associação Atlética das Palmeiras. O vermelho vem do Paulistano, o preto do Palmeiras e o branco é comum a ambas as equipes.

O Palmeiras, por sua vez, adotou as cores da bandeira da Itália como suas cores oficiais: verde, vermelho e branco.
E o time da baixada, assim como o Corinthians, nem sempre foi alvinegro: inicialmente, o uniforme do Santos era listrado em azul e branco com frisos dourados – quase tricolor. No entanto, os dirigentes do time perceberam que era difícil confeccionar peças nestas cores, e decidiu estabelecer o preto e branco como suas cores oficiais.
Para os torcedores que gostam de garantir camisas novas em toda temporada, o valor é absurdamente alto: os itens dificilmente saem por menos de R$ 100. Além disso, a quantidade de camisas oficiais vem mudando – inicialmente, a terceira camisa era usada raramente, mas atualmente, os clubes as têm tornado mais comuns. “O dinheiro que você gastou na camisa vai pro clube, e isso faz uma grande diferença, ajuda a manter o clube de certa forma,” afirma Eduardo.

O público alvo também está mudando: por um tempo, serviu somente como uniforme esportivo para crianças, mas atualmente já faz parte do guarda-roupa casual dos adultos, sendo tida como um vínculo entre o torcedor e o time do coração. “Há uma ligação de apoio em vestir o manto. É algo sagrado, uma ligação única de amor, de honrar o manto,” afirma o estudante do terceiro semestre de Publicidade e Propaganda do Mackenzie, Patrick Victorino.
Por muito tempo, ser mulher e gostar de futebol era visto como algo impossível e digno de julgamentos, mas como a Mackenzista Fernanda Martinelli, que atualmente trabalha na ESPN, nos contou, esse cenário está mudando: “Ao contrário do que muitos pensam, usar camisas de futebol no meu dia a dia, já me trouxeram muitos benefícios. Um deles, e talvez o que eu mais goste, foi aparecer na página de humor “Cenas lamentáveis” ao lado do ex jogador Rickcharlison, usando a camisa do CR7.”
E tem como arrasar no estilo e honrar o amor à camisa? Fernanda nos conta que é sim possível: “Acredito muito que é possível tornar as camisas em algo fashion. Até porque não é muito comum ela estar nos looks das mulheres. Isso me traz um diferencial. O que pra muitas é visto como brega ou como algo que não deve ser usado casualmente, pra mim é totalmente ao contrário.”
Texto por: Zeinab Bazzi

Gosto de como a moda é pessoal, cada um tem e segue a sua! Amoooo gente que ousa e não tá nem aí pro que os outros pensam.