Que as Bahamas possuem ilhas incríveis, muita gente já sabe. Porém, na ilha Big Major Cay, que faz parte do arquipélago de Enxuma Cays, há não só uma água linda e cristalina, mas há também porcos. Sim, a ilha é habitada por porcos nadadores.
São várias teorias sobre como os porcos foram parar lá, uma delas é a de que muito tempo atrás um grupo de marinheiros começou a cultivar porcos na ilha para servirem de alimento, porém, esses marinheiros não voltaram mais e eles tiveram que se adaptar ao meio, ou seja, nadando para conseguirem se alimentar. Acredita-se que eles comiam o que alguns navios de carga acabavam derrubando no mar. Hoje, eles são alimentados por moradores locais e turistas.
A presença inusitada dos porcos na ilha faz com que ela seja muito visitada por turistas. O lugar parece ser um sonho para esses animais, que vivem tranquilamente nesse ambiente paradisíaco. Mas a realidade não é bem assim.
Michelle Cehn é uma ativista vegana dos Estados Unidos, ela possui uma website World of Vegan que tem o intuito de “fazer do mundo um lugar mais amável para os animais”. Ela se tornou vegetariana aos 8 anos de idade e já trabalhou em diversas organizações de proteção animal, como a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).
Michelle visitou a Ilha dos Porcos, nome pelo qual a ilha ficou conhecida, e nos relatou sua experiência – que também pode ser encontrada através de sua página online. Ela conta que seu primeiro choque foi ao ver a pele dos focinhos dos porcos descascando, além de outras queimaduras e cicatrizes.
Vendo isso, ela conversou com uma especialista em porcos, que falou que assim como em nós, o sol em excesso faz mal a esses animais e pode causar câncer de pele. Sem o tratamento adequado, essa doença pode fazer com eles sofram por muito tempo. Em ambientes propícios, os porcos se cobrem com lama e evitam a exposição direta ao sol. Como nas praias eles não têm a lama, acabam adquirindo esses problemas de exposição solar.
Além disso, Michelle notou que na ilha o número de porcos era relativamente pequeno, se levarmos em consideração que uma porca pode ter 20 filhotes por ano. Então, ela foi averiguar e descobriu através de uma moradora local que os porcos são abatidos, com a justificativa de que se não fossem mortos, eles seriam muitos e poderiam ficar agressivos devido a fome, atacando assim, os turistas.
Para a ativista, ao contrário do que se pensa, de que lá os porcos vivem em paz e livres, a Ilha dos Porcos é outro fruto de empresas de turismo capitalistas, assim como animais nos zoológicos e as baleias no SeaWorld, por exemplo. Eles não se preocupam com o bem estar animal, mas sim com o dinheiro que é fruto desta exploração.
Foto por: Michelle Cehn

Amante das artes e da dura poesia concreta das esquinas de Sampa. Apaixonada por Caetano e purê de batata. 1,50m de amor e vegetarianismo.