Por: Emilly Nascimento
A distopia representará o país no festival de cinema mais importante do mundo

A priori, o Festival Internacional de Cinema de Cannes é um dos maiores e mais importantes festivais do cinema mundial. A primeira edição do evento aconteceu no ano de 1946 e com o passar dos anos, ele foi ganhando mais credibilidade e visibilidade dentre os cineastas do mundo inteiro.
A Palma de Ouro é entregue ao melhor filme do festival. E neste ano temos um longa brasileiro concorrendo a tal honraria. O nome da obra é Bacurau (Nighthawk), ela foi dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. O elenco é composto por: Sônia Braga, Udo Kier, Barbara Colen, Karine Teles, Silvero Pereira, entre outros.
Além de concorrer ao prêmio mais esperado do festival. Ademais, a ficção científica dramática também está disputando “Prêmio de Interpretação Feminina”, “Prêmio de Interpretação Masculina”, “Grand Prix”, “Prêmio de Melhor Diretor”, “Prêmio do Júri” e “Prêmio de Roteiro”.
A distopia se passa no sertão do nordeste. Sendo assim, o enredo conta a história de um povo localizado em uma cidadezinha fictícia chamada Bacurau. A trama se desenrola após a morte de uma importante figura da cidade: Carmelita, de 94 anos.
Dessa forma, após o óbito da idosa, a cidade começa a sumir dos mapas oficiais e a ser sabotada de diversas maneiras. Os habitantes têm os sinais de celulares cortados, não recebem mais água e os mantimentos básicos para a sobrevivência de qualquer ser humano. Como por exemplo comida e medicamentos.
Assim, os cidadãos se unem para resistir e lutar contra as equipes norte-americanas que querem acabar com Bacurau. Nem que pra isso precisem ser extremamente violentos. Por conta disso, o filme carrega um grande apelo político. No qual expõe-se a guerra entre opressor e oprimido. Muitos críticos chegaram à comparar a ficção científica com o atual momento político brasileiro.
“Bacurau parece ser um filme bem ousado. E isso é bom, ainda mais tendo um cineasta ousado como presidente do júri.” expressa Hugo Harris, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Quando questionado sobre seus palpites em relação a quem levará a Palma de Ouro, o docente explica: “Este ano a seleção está muito difícil. Vários diretores incríveis. Dois de meus cineastas favoritos estão na seleção: Ken Loach e Quentin Tarantino.” porém ressalta que todos os filmes têm chance: “Todos os filmes têm chance. Já vi acontecer de filmes desconhecidos da crítica ganharem. Tudo depende do júri. E nunca sabemos o que sai da cabeça deles.”
Aliás, o único filme brasileiro que ganhou a Palma de Ouro foi o Pagador de Promessas (1962), dirigido por Anselmo Duarte. Em síntese, o drama conta a saga de Zé do Burro, que faz uma promessa de carregar uma cruz até a igreja de Santa Bárbara para recuperar a saúde de seu burro Nicolau.
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Futura Jornalista apaixonada por girassóis e pelos pequenos detalhes da vida. Curiosa o suficiente para questionar e refletir sobre tudo a sua volta.